A Polícia Federal (PF) informou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que o presidente Jair Bolsonaro (PL) não cometeu crime no caso de interferência política na corporação. A autoridade policial concluiu o inquérito nesta terça-feira (29), e avaliou que, “dentro dos limites da investigação”, não há elementos mínimos para indiciar o chefe do Executivo na esfera penal.
A apuração se estendeu por quase dois anos, tendo início com o desembarque do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro (Podemos) do governo.
Em três volumes encaminhados a Moraes, com mais de cinquenta páginas cada, o delegado Leopoldo Soares Lacerda concluiu que Bolsonaro não cometeu crime, pois “cabe ao Presidente da República nomear e exonerar o Diretor-Geral da Polícia Federal, independente de indicação ou referendo do Ministro da Justiça e Segurança Pública”.
Segundo o relatório da PF, “os atos foram realizados dentro da legalidade e formalizados conforme a praxe administrativa” e “os vastos elementos reunidos nos autos demonstram a inexistência de ingerência política que viessem a refletir diretamente nos trabalhos de Polícia Judiciária da União”. O delegado responsável por concluir a investigação também eximiu Moro do crime de “falsa imputação” de delito e pediu o arquivamento do caso.
“No decorrer dos quase dois anos de investigação, dezoito pessoas foram ouvidas, perícias foram realizadas, análises de dados e afastamentos de sigilos telemáticos implementados. Nenhuma prova consistente para a subsunção penal foi encontrada”, escreveu o delegado.
Inquérito foi aberto após acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça, Sergio Moro
PF diz a Moraes que Bolsonaro não interferiu na corporação
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