Um estudo israelense publicado neste domingo (11) pela imprensa local mostrou que a variante sul-africana do coronavírus é mais resistente do que a britânica à vacina da Pfizer, embora não tenha especificado o grau de resistência.
A pesquisa, que ainda não foi revisada por pares e foi baseada em uma amostra de cerca de 800 pessoas, identificou que a porcentagem de casos da mutação descoberta na África do Sul, em comparação com a do Reino Unido, era significativamente maior entre as pessoas que haviam recebido ambas as doses do imunizante em comparação com aquelas que haviam sido inoculadas apenas com uma.
O estudo, conduzido por pesquisadores da Clalit, a principal companhia de seguros de saúde de Israel, juntamente com a Universidade de Tel-Aviv, identificou que entre os pacientes infectados dentro de 14 dias após o recebimento da primeira dose de vacina, menos de 0,5% tinham contraído a cepa sul-africana do coronavírus. O número foi quase idêntico quando um grupo de controle do mesmo número de pacientes, de idade semelhante e que não tinham sido inoculados, foi testado.
O mais impressionante, segundo os cientistas, é que entre as pessoas que haviam sido infectadas pelo coronavírus mais de duas semanas após terem recebido a segunda dose da vacina, a porcentagem de pacientes portadores da variante da África do Sul era de 5,4%, enquanto no grupo de controle de pessoas não vacinadas o número era de 0,7%.
– Isso significa que a variante sul-africana tem a capacidade, até certo ponto, de penetrar na proteção da vacina – afirmou a pesquisadora Adi Stern, professora da Escola de Biomedicina da Universidade de Tel-Aviv, que está entre os autores do estudo.
Os pesquisadores observaram, no entanto, que os resultados não permitem identificar o grau de resistência da cepa africana à vacina e também salientaram que a mutação representa apenas 1% dos casos em Israel, onde o estudo foi realizado.
– É certo que as pessoas que são vacinadas estão menos protegidas contra a variante sul-africana, mas o pequeno número de casos desta cepa no país mostra que a vacina as protege – ponderou em entrevista à Agência EFE o diretor da Escola de Saúde Pública da Universidade Ben Gurion e conselheiro do governo na gestão da pandemia, Nadav Davidovitch.
Segundo ele, embora os resultados sejam significativos e devam ser a base para futuros estudos, essa pesquisa não contradiz as evidências da Pfizer sobre a eficácia da vacina contra a mutação.
*Com informações da Agência EFE
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