Presidente Jair Bolsonaro ao lado do ministro da Educação, Milton Ribeiro Foto: Clauber Cleber Caetano/PR
Nesta quarta-feira (23), o ministro da Educação, Milton Ribeiro, concedeu uma entrevista à CNN Brasil e falou sobre um áudio seu divulgado que apontaria uma suposta influência de pastores no Ministério da Educação. De acordo com o ministro, Bolsonaro disse não ter visto “nada demais” na gravação e que ele segue “firme” no cargo.
– Ele [Bolsonaro] falou que eu permaneço, que eu fico de acordo com a sua confiança (…) Mas o cargo de ministro é de confiança do presidente e se ele quiser e quando quiser, ele pode pedir o cargo – destacou.
A gravação foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo na noite desta segunda-feira (21). De acordo com o veículo, dois pastores teriam influenciado o repasse de verbas do Ministério da Educação (MEC), Gilmar Santos e Arilton Moura. Além disso, Milton Ribeiro ainda disse que a medida era um pedido do presidente Jair Bolsonaro.
Em nota, o ministro explicou o áudio e disse que, “diferentemente do que foi veiculado, a alocação de recursos federais ocorre seguindo a legislação orçamentária, bem como os critérios técnicos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação”. De acordo com ele, não existe “possibilidade de o ministro determinar alocação de recursos para favorecer ou desfavorecer qualquer município ou estado”. Além disso, Milton Ribeiro ainda afirmou que “o Presidente da República não pediu atendimento preferencial a ninguém”.
Durante sua entrevista à CNN, o ministro falou sobre a solicitação feita por Bolsonaro e voltou a negar qualquer tipo de orientação para favor alguém.
– Ele só pediu ‘Milton, você pode receber?’. Em nenhum momento o presidente pediu um tratamento especial. Não pediu para atender, pediu para receber (…) Eles pediram a audiência, o presidente pediu para mim e eu atendi – apontou.
Milton Ribeiro também disse que pedidos para atender pastores são comuns.
– Eu recebo muitas pessoas no Ministério da Educação (MEC), inclusive sem mandato. Como que eu vou fazer uma seleção e não aceitar receber pastores? (…) Se for provado que eles fizeram [desvio de verbas], eu fui enganado – ressaltou.
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