Milena Borges Alves, a viúva de João Alberto, recusou R$ 1 milhão em proposta, de acordo com o Carrefour. Os advogados dela pretendem entrar na Justiça e cobrar entre R$ 10 milhões e R$ 15 milhões. Do valor total, metade seria por indenização por dano moral e a outra parte por dano material.
João Alberto, de 40 anos, morreu após ser espancado por dois seguranças no estacionamento do Carrefour, na unidade da zona norte de Porto Alegre. O crime aconteceu em 19 de novembro. Seis pessoas viraram réus por homicídio triplamente qualificado, sendo que dois seguranças foram presos no dia do crime.
Um dos motivos para a recusa é que o valor oferecido pela rede de supermercado é o mesmo pago pela morte do cão Manchinha, após ser espancado por um segurança, também no Carrefour de Osasco (SP). O caso aconteceu em 2018. A marca francesa assinou um termo de compromisso e destinou R$1 milhão para órgãos ligados à causa animal.
Em carta aberta, os três advogados da viúva criticaram o valor oferecido para Milena.
– Não podemos deixar de comparar o Manchinha com o Nego Beto. Parece grosseiro fazer este comparativo, mas torna-se impossível não traçar um paralelo, pois parece que, para o Carrefour, o valor dado à vida de um cachorro e de um ser humano é exatamente o mesmo […] A comparação é inevitável (entre o caso João Alberto com George Floyd). Em outras palavras, necessitamos alterar a jurisprudência, mas também precisamos mudar a cultura, a partir dessa negociação! Fica mais duas perguntas para a sociedade brasileira. Quanto vale a vida de um negro afro-brasileiro e um negro afro-americano? Quando vai ter fim a síndrome do cachorro vira-lata? – escreveram.
A comparação com o caso de George Floyd é devido ao fato de o caso norte-americano ter rendido a bagatela de R$ 150 milhões à família.
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