Maduro diz que fechará fronteira da Venezuela com o Brasil nesta quinta

Maduro ameça fechar fronteira entre Brasil e Venezuela. Bolsonaro ainda não se manifestou

Maduro diz que fechará fronteira da Venezuela com o Brasil nesta quinta
Maduro diz que fechará fronteira da Venezuela com o Brasil nesta quinta

Nicolás Maduro disse nesta quinta-feira (21) que a Venezuela irá fechar sua fronteira com o Brasil esta noite, a partir das 20h, pela hora local, 21h em Brasília.

“A partir das 20h de hoje, quinta-feira, 21 de fevereiro, fica fechada total e absolutamente até novo aviso, a fronteira com o Brasil”, afirmou o líder chavista em fala exibida no canal estatal VTV. “Vale mais prevenir do que lamentar.”

O anúncio acontece em meio à pressão para que ele permita a entrada de ajuda humanitária oferecida pelos EUA e por países vizinhos após pedido do auto-proclamado presidente interino Juan Guaidó. Maduro vê a oferta de ajuda humanitária como uma interferência externa na política do país.

Ele também está estudando o fechamento da fronteira venezuelana com a Colômbia. Guaidó iniciou nesta quinta a viagem de 800 km à fronteira da Colômbia, onde vai pressionar para a entrada de ajuda humanitária.

Bandeiras do Brasil e da Venezuela em Pacaraima, na fronteira em Pararaima, estado de Roraima — Foto: Reuters/Ricardo Moraes Bandeiras do Brasil e da Venezuela em Pacaraima, na fronteira em Pararaima, estado de Roraima — Foto: Reuters/Ricardo Moraes
Bandeiras do Brasil e da Venezuela em Pacaraima, na fronteira em Pararaima, estado de Roraima — Foto: Reuters/Ricardo Moraes

‘Venezuela Aid Live’

No próximo sábado será realizado um “grande show” no lado colombiano da fronteira, chamado “Venezuela Aid Live”, que foi anunciado no dia 14 de fevereiro pelo empresário britânico Richard Branson, fundador do Grupo Virgin.

Ajuda Humanitária

Na cidade colombiana estão armazenadas toneladas de ajuda humanitária que esperam para serem enviadas à Venezuela. O país há quase cinco anos sofre de escassez de remédios, enquanto os alimentos só podem ser adquiridos a preços que a maioria dos venezuelanos não pode pagar.
Reconhecido por dezenas de países como o chefe de Estado legítimo da Venezuela, Guaidó disse que seu movimento pretende recolher a ajuda por terra e mar no sábado para aliviar a escassez generalizada de alimentos e remédios. Ele fez campanha para que os venezuelanos se voluntariassem para trabalhar na distribuição da ajuda.

Ainda não está claro como Guaidó planeja receber a ajuda. Integrantes da oposição sugeriram a formação de correntes humanas através da fronteira colombiana para passar pacotes de pessoa a pessoa e frotas de barcos provenientes das Antilhas Holandesas.

Oposicionista em ônibus que saiu de Caracas rumo à fronteira da Venezuela com a Colômbia para pressionar pela entrada de ajuda humanitária — Foto: AFP/Yuri Cortez Oposicionista em ônibus que saiu de Caracas rumo à fronteira da Venezuela com a Colômbia para pressionar pela entrada de ajuda humanitária — Foto: AFP/Yuri Cortez
Oposicionista em ônibus que saiu de Caracas rumo à fronteira da Venezuela com a Colômbia para pressionar pela entrada de ajuda humanitária — Foto: AFP/Yuri Cortez

Envolvimento do Brasil

O governo brasileiro mobilizou uma força-tarefa de ministérios para enviar alimentos e medicamentos “ao povo da Venezuela”, que estão sendo levados até as cidades de Boa Vista e Pacaraima, ambas em Roraima, e seriam buscados por caminhões venezuelanos, conduzidos por cidadãos do país vizinho.

Os próprios venezuelanos teriam de cruzar a fronteira com os produtos. A operação acontece em parceria com os EUA.

Pence na Colômbia

Nesta quinta, o governo americano anunciou ainda que o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, viajará para a Colômbia na segunda-feira (25) para reforçar o apoio do governo de Donald Trump a Guaidó, em sua disputa de poder com Maduro.

“O vice-presidente declarará claramente que chegou a hora de Nicolás Maduro se afastar”, afirma a assessoria de Pence em um comunicado. O texto afirma ainda que o vice-presidente participará da Colômbia em uma reunião do Grupo de Lima, criado em 2017 para promover uma saída para a crise venezuelana.