Usuários das redes sociais e Whatsapp estão convocando a ir as ruas neste domingo 17 em defesa da Lava Jato.
As manifestações foram convocadas a partir da decisão do Supremo Tribunal Federal da passada quinta-feira (15) de enviar à Justiça Eleitoral investigações de crimes eleitorais quando conexos a crimes comuns.
Assim, investigações de caixa 2 poderiam ir para Justiça Eleitoral, mesmo quando houver suspeitas de outros crimes como lavagem de dinheiro.
O STF tomou a decisão por 6 votos contra 5, continuando com a jurisprudência do tribunal e rejeitando inovações, tais como dividir as investigações, segundo as competências, entre Justiça Eleitoral e Justiça Nacional ou Estadual.
O entendimento de Raquel Dodge, Procuradora Nacional da República, era de que o ideal seria dividir as investigações. Esse critério foi acompanhado pelos ministros Carmen Lúcia, Rosa Weber, Edson Fachin, Luis Roberto Barroso e Luis Fux, mas não venceu na votação.
Segundo os procuradores da Lava Jato a decisão representa um claro retrocesso na Justiça e na luta contra a corrupção.
Segundo eles a Justiça Eleitoral não têm estrutura suficiente para levar adiante investigações complexas como as de lavagem de dinheiro, o que poderia resultar em impunidade. Críticos da decisão do Supremo também afirmam que as punições da justiça eleitoral são mais brandas.
Apoio à Lava Jato
Usuários de redes sociais têm convocando a partir da sexta-feira (15) a ir às ruas no domingo 17, em defesa da Lava Jato e contra o que entendem é uma demonstração da inoperância e corrupção do STF, tal como as postagens em Twitter e Facebook afirmam.
Uma das postagens têm a lenda: “nós brasileiros de bem agradecemos a Sérgio Moro, que em três anos fez 100 vezes mais do que todo o STF junto desde sua existência. Parabéns Moro”. A lenda va acompanhada de uma imagem do ex juiz e hoje Ministro da Justiça.
Sérgio Moro disse que respeita a decisão do Supremo mas que continua pensando que aeu Justiça Eleitoral não têm estrutura para esse tipo de investigações mais complexas.
Durante a votação no Supremo a fala mais enérgica na defesa da posição sustentada por Raquel Dodge foi a do ministro Barroso, quem disse: “A lógica das investigações é que parte do dinheiro vai para o bolso e parte para a campanha, via caixa um ou via caixa dois. O problema não é para onde o dinheiro vai. O problema é de onde o dinheiro vem. O dinheiro vem de uma cultura de achaque e de propina que se disseminou pelo país”.
O senador Alessandro Vieira afirmou ter os votos necessários para iniciar uma Comissão Parlamentar de Inquérito contra os ministros do Supremo.
Já o Major Olimpo, líder do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, no Senado, disse “Não podemos enterrar a Lava Jato.
Não podemos favorecer o crime.
É preciso que continue com a Justiça Federal julgando os crimes e a Justiça Eleitoral, especificamente os crimes eleitorais”.
Grupos que agem em defesa da Lava Jato prometem lotar as principais capitais brasileiras.