O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) não vai mais participar da sessão solene da Câmara de Cachoeiro, na qual serão entregues vários títulos, dentre eles, o de Cidadão Cachoeirense, com o qual seria agraciado.
O parlamentar caiu em desgraça com parte da opinião pública ao questionar, em sabatina no Senado, a imparcialidade do Ministro da Justiça Sérgio Moro em sua atuação na operação Lava Jato, enquanto juiz. Segundo vazamentos de mensagens dele com procuradores de acusação ao ex-presidente Lula, que acabaria preso, ele orientou algumas ações da força-tarefa.
Contarato fora indicado pelo vereador Antônio Geraldo (PP) para receber a honraria, mas não poderá comparecer por conta de sessão no Senado, na próxima quarta-feira (26), mesmo dia da sessão solene em Cachoeiro. Uma feliz coincidência para o vereador, que, ante a repercussão negativa, recomendaria mesmo que não viesse.
Geraldo não tem ligação política com Contarato e pretendia estabelecê-la a partir da homenagem. “O senador não virá e nem vai mandar representante”, garante o vereador, depois de receber a notícis de assessores do Senador. Apesar disso, ele poderá receber o título em outra oportunidade.
Esclarecimento
Em suas redes sociais, o congressista publico nota de esclarecimento em que classifica como mentirosas as mensagens que circulam afirmando que ele defende a anulação de processos ou a absolvição de réus da Operação Lava Jato, bem como eu ser contra as investigações já realizadas.
“Cada apuração e os processos têm o seu conjunto de provas objetivas e testemunhais. É público e notório, também, que me inspirei na Lava Jato para ser candidato ao Senado Federal, no ano passado. Fui eleito com o compromisso de combater a impunidade e a corrupção; ainda, de defender a Constituição Federal, as leis e os tratados internacionais que o país é signatário. Não abro mão e não recuo nem sequer um milímetro do que prometi”.
Segundo o parlamentar, na audiência com o ministro Sérgio Moro, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal, deixou bem claro que apoio a Lava Jato e observou que a Constituição, o Código de Direitos Humanos, a Lei da Magistratura, o Código de Ética e a Declaração Universal de Direitos Humanos preveem o princípio da imparcialidade, pelo qual o juiz deve dar o mesmo tratamento à acusação e à defesa.
“Em resumo, perguntei se houve essa imparcialidade. A resposta não foi convincente porque não demonstrou que a acusação e a defesa tiveram o mesmo tratamento. Portanto, apurar se o juiz foi parcial, ou não, é uma coisa. Ir contra a Lava Jato é outra. Confundir os assuntos interessa a quem somente ataca, agride, e não quer que a verdade prevaleça”.