“Estávamos recuando, mas agora é a hora de atacar. Este é o momento para as pessoas verem que a igreja está aqui, pronta para abrir as mãos e ajudar ”.
Segundo dados oficiais, mais de 310.000 pessoas morreram no Brasil desde o início da pandemia, a segunda maior contagem atrás dos Estados Unidos. Com mais de 36.000 mortes por si só, o estado do Rio de Janeiro é um dos mais atingidos do Brasil.
Ricardo tem uma longa história de pregação de rua na cidade. Além de ministrar à sua Igreja Evangélica do Amor de Deus, ele dirige um centro de reabilitação de drogas e se aventura regularmente nas “cracolandias” da cidade – cracklands – para oferecer aos usuários de drogas uma cama em um abrigo improvisado. E quando ele recebe doações dos supermercados locais, ele também dá um pouco de comida.
Ele decidiu realizar reuniões de esquina para as famílias das vítimas do COVID-19 há cerca de uma semana, depois de conversar com outros pastores sobre novos casos que apinham os hospitais do Rio de Janeiro. “A voz de Deus tem o poder de mudar o curso desta situação”, disse Ricardo. “Eu senti isso em meu coração.”
Enquanto especialistas afirmam que cantar em espaços fechados tem sido associado a alguns surtos de COVID-19 durante a pandemia, o grupo de Ricardo ora ao ar livre, usa máscaras e distribui desinfetante para as mãos.
Restaurantes, bares e negócios não essenciais estão fechados no Rio de Janeiro desde 26 de março. O prefeito Eduardo Paes anunciou novas restrições nesta semana na tentativa de conter o aumento das internações.
O pastor disse que o grupo tem sido acolhido por familiares de pacientes e que pretende visitar mais hospitais.
“A Bíblia diz para tirar força da fraqueza”, disse ele. “Cantamos e oramos porque nossa voz pode trazer a certeza do amor de Deus para aqueles que dão seu último suspiro.”
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