Polícia Federal ouve 40 pessoas sobre crimes eleitorais em Montenegro

Investigação se refere a inquérito que apura crimes eleitorais na eleição municipal de 2016

Uma equipe da Polícia Federal (PF) está em Montenegro nos últimos dias. Viaturas foram vistas na cidade, o que chamou a atenção e gerou comentários em redes sociais.

A reportagem do Fato Novo fez contato com a Assessoria de Imprensa da Polícia Federal, em Porto Alegre. Foi confirmado que uma equipe da Polícia Federal está de fato atuando em Montenegro em virtude de inquérito que apura crimes eleitorais referentes às eleições de 2016. Na próxima semana deve encerrar a etapa de oitivas (depoimentos) da investigação. Cerca de 40 pessoas, entre testemunhas e investigados, estão sendo ouvidas.

A eleição municipal de 2016 foi vencida por Luiz América Alves Aldana (PSB), que no ano seguinte foi afastado da Prefeitura pela Justiça devido às denúncias de irregularidades em seu governo, apuradas pelo Ministério Público Estadual na Operação ibiaçá. E em setembro de 2017 Aldana foi cassado em impeachment pela maioria dos vereadores. Desde então o prefeito é o seu vice na chapa, Carlos Eduardo Müller, o “Kadu”, que era do Solidariedade e recentemente se filiou ao PP.

A PF está tomando depoimentos sobre outra investigação, relativa as denúncias de crime eleitoral durante a campanha. Não foram informados os nomes dos investigados.

Bolsa Família

A investigação da PF é ainda referente à campanha eleitoral de 2016 e seria sobre suposta prática de falsidade ideológica. Na época ocorreram denúncias de que pessoas que apareciam na prestação de contas como doadoras, não tinham autorizado a doação e sequer tinham conhecimento da utilização de seus CPFs.  E que inclusive beneficiários do Bolsa Família teriam sido relacionados entre os doadores.

Apenas famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza podem receber o Bolsa Família. A Justiça Eleitoral investiga desde 2016, em todo o país, doações eleitorais que teriam sido feitas por beneficiários do Bolsa Família. A investigação apura se existiu algum esquema de fraude usando CPFs para lavar dinheiro. Além do cancelamento do Bolsa Família, pode implicar em crime eleitoral por não declarar doações corretamente.

Fonte: fatonovo.com.br