A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), com a Polícia Civil de Alagoas (PCAL), deflagrou, nessa quarta-feira (10), a Operação Imitatore. Ao todo, 25 policiais da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC/PCES), do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic/PCES) e da Divisão Especial de Combate à Corrupção (Deccor/PCAL) cumpriram seis mandados de prisão e sete mandados de busca e apreensão domiciliar, nos municípios de Vila Velha e Serra. As informações foram divulgadas, nesta quinta-feira (11), em uma entrevista coletiva realizada na Chefatura da Polícia Civil, em Vitória.
A ação faz parte da investigação contra uma organização criminosa que realizava golpes previdenciários em beneficiários da Caixa de Pecúlios, Pensões e Montepios Beneficente (Capemi), que faliu em 2008. As investigações foram iniciadas quando um casal de idosos de Alagoas entrou em contato com uma delegacia da região para registrar um boletim de ocorrência. Segundo eles, o golpe que eles teriam sido vítimas era de R$ 1 milhão e 300 mil reais.
Após investigações iniciais realizadas pela Polícia Civil de Alagoas (PCAL), foi constatado que seis integrantes, inclusive o líder do grupo, estavam no Espírito Santo. Logo foi realizado o contato com a Polícia Civil do Espírito Santo, que prestou apoio na identificação dos suspeitos e no cumprimento da operação.
Segundo as investigações, o grupo criminoso atuava desde 2015. Os golpes eram realizados por telefone e um dos integrantes realizava o contato inicial com a vítima, alegando que ela teria um grande valor em dinheiro, variando entre 300 mil e 2 milhões de reais, para receber por conta da aplicação feita nos tempos em que era beneficiário da Capemi.
O grupo oferecia assistência para o beneficiário sacar o valor, cobrando, inicialmente, cerca de 2 mil reais pelo serviço. No entanto, o valor aumentava conforme o golpe prosseguia. Após o primeiro contato, outros integrantes do grupo entravam em contato com a vítima alegando serem funcionários da Receita Federal e de instituições financeiras, e solicitando outros pagamentos. Conforme a data de saque se aproximava, os acusados afirmavam que tinham pendências a serem resolvidas com as vítimas, atrasando, dessa forma, a data que o suposto dinheiro poderia ser liberado.
O delegado-geral da Polícia Civil do Espírito Santo, José Darcy Arruda, parabenizou a ação realizada pelos policiais civis dos dois estados. “Mais uma grande organização criminosa pôde ser desarticulada com a integração da Polícia Civil do Estado de Alagoas e da Polícia Civil do Espírito Santo. Parabenizo os integrantes das equipes dos dois estados pelas ações e pelas prisões realizadas”, disse o delegado-geral.
Investigação e cumprimento dos mandados
A Polícia Civil de Alagoas, durante a investigação, constatou que as contas dos “laranjas” estavam localizadas nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. A partir daí, foram iniciadas investigações mais profundas para identificar os envolvidos do alto escalão do esquema. Assim, seis integrantes do grupo, incluindo o chefe, foram identificados e localizados nos municípios de Vila Velha e Serra.
Em uma das residências onde os mandados foram cumpridos, que pertencia a uma advogada, foi encontrada uma agenda telefônica com logins e senhas. Em outra casa, foi encontrado um ‘manual’ de como os integrantes deveriam se portar com as vítimas para que o golpe pudesse ser aplicado com êxito. Todos os presos foram encaminhados para o Centro de Triagem de Viana (CTV) e tiveram seus bens bloqueados.
O delegado Brenno Andrade, titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), revelou ainda que o chefe da organização criminosa poderá responder também pelo crime de estupro, por conta de um crime que ele teria cometido nos Estados Unidos.
“O chefe da organização havia sido preso e deportado dos Estados Unidos pelo crime de estupro. Estamos estudando a possibilidade de ele responder pelos crimes de estelionato e estupro, pelo fato dele não ter cumprido pena pelo crime que ele cometeu no exterior”, informou o delegado.
A polícia ainda apura se cidadãos do Espírito Santo foram vítimas do golpe. Os suspeitos podem ser responsabilizados por golpes aplicados em outros estados, que seguem o padrão do golpe da Capemi. A Polícia Civil orienta que, caso uma vítima tenha sido lesada pelo golpe, entre em contato com a delegacia da região para formalizar sua denúncia, havendo a probabilidade de ressarcimento do valor perdido.
Texto: Assessoria de Comunicação SESP
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Fonte: Polícia Civil ES – Confira + em PC ES.