Um artista de rua do Rio de Janeiro decidiu homenagear Henry Borel com um painel de mais de 5 metros de comprimento retratando o menino como um anjo na frente de dois demônios, inspirados em Monique Medeiros, mãe de Henry, e Dr. Jairinho, Padrasto.
O grafite foi feito em um muro na Estrada do Barro vermelho, no bairro de Rocha Miranda, Zona Norte do Rio, e foi idealizada por Murilo Lemos de Souza, um gari da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) que faz pinturas em grafite em áreas degradadas da cidade.
– É até difícil de falar, eu que sou pai, que tenho um filho até um pouco parecido com o Henry, toda vez que via uma reportagem queria desligar a televisão, quebrar. Eu não queria imaginar se fosse com meu filho. Me impactou muito, tomei essa iniciativa, conversei com o coletivo de grafiteiros e eles toparam – contou ele ao jornal O Dia.
Murilo trabalha com pintura há 20 anos e começou a grafitar em 2019. Além dele, outros três artistas participaram da criação do mural, que começou a ser feito às 7h de sábado (10). Segundo o artista, enquanto ele e os amigos Ébano, Bomber 400ml e Thiago Harynck pintavam a obra, motoristas e pedestres que passavam na rua pararam para tirar fotos e oferecer ajuda.
– Nós paramos uma via expressa. Ônibus, carro, todo mundo passou aqui para tirar foto, filmar e ajudar a gente, porque estamos desde 7h da manhã sem comer nada. Ajudaram bastante. É muito gratificante – relatou o gari.
Mônica Medeiros e Dr. Jairinho foram presos na última quinta-feira (8) pelo homicídio e tortura de Henry Borel, de 4 anos. Na sexta (9), a defesa do casal entrou com um pedido de habeas corpus para libertar o casal, mas o advogado André França está sendo acusado de coagir testemunhas e obstruir a justiça. A Polícia Civil do Rio de Janeiro anunciou hoje que entrará com uma ação contra o advogado no Ministério Público do estado e na Ordem dos Advogados do Brasil.
– Fico feliz por ter feito essa pequena homenagem ao pequeno anjo Henry. A mensagem que eu deixo é que a dor do pai dele é a minha dor! Para o Dr. Jairinho e Monique, que eles não se preocupem com o julgamento do homem, e sim com o julgamento de Deus – encerra o pintor.
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